A atleta paralímpica de corrida em cadeira, Jessica Giacomelli, de Itapetininga, se prepara para representar o Brasil nas Paralimpíadas de Paris. Com uma trajetória marcada por superação, determinação e apoio da comunidade, a paratleta compartilhou detalhes sobre sua preparação, expectativas e o significado desta conquista em sua carreira.
Giacomelli descreve a preparação para as Paralimpíadas como “muito intensa”, ressaltando que os últimos dois anos foram dedicados a ajustes importantes para que, no ano paralímpico, o foco fosse exclusivamente o treinamento. “O maior desafio nesse ciclo foi o fato dele durar apenas três anos. Muitos pensam que um ano a menos não faz diferença, mas se tratando da maior competição do mundo, faz, e muita”, afirma a paratleta.
Atualmente, a atleta está em Troyes, na França, onde se prepara antes de entrar na Vila Paralímpica no dia 27 de agosto. Ela se mostra encantada com a recepção da cidade e a adaptação exemplar das instalações para pessoas com deficiência. “Tem sido incrível, povo muito acolhedor. Os habitantes da cidade têm vindo acompanhar nossos treinos, torcem por nós, é como se fosse um aquecimento para o que está por vir”, conta.
Sobre suas expectativas, Giacomelli é clara: “Minha expectativa é aproveitar essa oportunidade ao máximo, viver tudo o que for possível dentro e fora da competição. A meta que estabelecemos é voltar com as melhores marcas do Brasil nas provas de velocidade.”
Consciente da importância do momento, a atleta destaca a necessidade de equilibrar treino e descanso: “Estamos trabalhando com muito cuidado agora, é um momento muito importante. Onde treinar e descansar precisam ser apenas um, em equilíbrio. Vamos conhecer a pista oficial dia 29, onde faremos um teste junto com a arbitragem dos jogos.”
Apesar da magnitude do evento, a paratleta mantém a tranquilidade: “Por enquanto não estou ansiosa e nem me sinto pressionada, creio que fizemos um ótimo trabalho até aqui e que agora é colher os frutos, sejam eles bons ou ruins.”
Giacomelli vê sua participação nas Paralimpíadas como a “melhor recompensa do mundo” após anos de trabalho árduo. “Para a minha carreira como atleta, é um feito muito grande, não é todo mundo que consegue estar no maior evento do mundo, entre as melhores atletas. Isso foi resultado de trabalho atrás de trabalho.”
Entre os momentos mais marcantes de sua jornada, a paratleta relembra o início de sua carreira, quando, sem o equipamento ideal, recebeu uma cadeira emprestada de Aline, uma colega atleta. “E hoje estou indo para uma Paralimpíada ao lado dela, isso tem sido mágico para mim.”
A atleta acredita na importância de criar e aproveitar oportunidades, especialmente no esporte de alto rendimento para pessoas com deficiência no Brasil. Ela planeja continuar sua carreira esportiva, com a possível troca de equipamento e já começa a planejar os próximos quatro anos rumo a Los Angeles.
Além de seus treinadores atuais, Oriane e Amaury, a paratleta menciona sua primeira treinadora, Nice, e sua família como grandes inspirações. Ela também aproveitou para agradecer a todos que apoiaram sua jornada, desde as doações para a compra de seu material esportivo em 2017 até as mensagens de carinho que recebe atualmente. “Espero representar todos vocês da melhor forma possível.”