A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Natália Resende, e o diretor executivo da Fundação Florestal (FF), Rodrigo Levkovicz, inauguraram, na manhã desta sexta-feira, 30, a Trilha da Canela, considerada a maior trilha suspensa do mundo dentro de uma Unidade de Conservação. Com 2,1 quilômetros de extensão, a trilha está localizada no Núcleo São Miguel Arcanjo do Parque Estadual Carlos Botelho (PECB), na região administrativa de Sorocaba.
“Com um investimento de R$ 3,4 milhões do Governo do Estado de São Paulo, entregamos, para os frequentadores do Parque Estadual Carlos Botelho, a Trilha da Canela. É importante ressaltar que a atração é acessível para pessoas com mobilidade reduzida”, comenta a secretária Natália Resende.
Durante a visita ao PECB, foi vistoriada a obra de revitalização das edificações da sede de São Miguel Arcanjo, que tem investimento no valor de R$ 853,9 mil. Além disso, foi possível observar os macacos muriquis-do-sul e vistoriar a Estrada-Parque Carlos Botelho.
Estrada-Parque Carlos Botelho
Sob gestão do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão vinculado à Semil, a Estrada-Parque Carlos Botelho (SP-139), no trecho que atravessa o PECB, é considerada referência em sustentabilidade. Com 35 quilômetros de extensão, a pavimentação ecológica consiste na aplicação de 11 milhões de bloquetes intertravados que permitem maior escoamento de água, não conservam calor e são de fácil manutenção. Além disso, o ruído gerado pelo atrito entre os pneus e os bloquetes contribui para afugentar os animais.
Durante a execução das obras, houve o cuidado com a supressão das espécies arbóreas em suas margens. No decorrer do dia, é possível observar passagens aéreas de fauna, além de desfrutar de diversas atrações turísticas em seu percurso, que incluem bicas, rios, cachoeiras, quiosques para piquenique e mirantes. A estrada tem horário de funcionamento diferenciado e permanece fechada das 22h às 6h.
A Estrada-Parque é uma importante via de acesso entre as regiões do Vale do Ribeira e o Alto Paranapanema. Seu cenário canaliza o fluxo de romarias a Bom Jesus de Iguape e a São Miguel Arcanjo, além de atrair ciclistas, motociclistas e banhistas.
Sobre o PE Carlos Botelho
Criado em 10 de setembro de 1982, o Parque Estadual Carlos Botelho (PECB) é uma Unidade de Conservação do bioma Mata Atlântica. Situado entre os municípios de São Miguel Arcanjo, Sete Barras e Capão Bonito, o PECB está distribuído em uma área total de 38,7 mil hectares e contribui para a proteção de duas bacias hidrográficas: Alto Paranapanema e Vale do Ribeira.
Localizada na Serra de Paranapiacaba, a unidade compõe o Mosaico do Paranapiacaba, um dos maiores contínuos de Mata Atlântica do mundo, além de abrigar florestas ombrófilas densas, com destaque para espécies como palmeira-juçara, canela, jequitibá e figueira, cujo estado de preservação é considerado elevado.
O PE Carlos Botelho também é reconhecido como “Sítio do Patrimônio Mundial Natural”, pela Organização das Nações Unidas (Unesco). Em seu território, se destacam ainda espécies da fauna ameaçadas de extinção: onça-pintada, anta e queixada.
Núcleo São Miguel Arcanjo
O Núcleo São Miguel Arcanjo abriga grande parte de projetos de pesquisa, desenvolvidos no PE Carlos Botelho. Em seus limites, ocorrem atividades como boia-cross no rio Taquaral, observação de fauna (com destaque para a observação de muriquis-do-sul e de aves), além de opções de trilhas.
A unidade recebe excursões de várias escolas da região. Dentre os projetos já desenvolvidos, é importante destacar o Criança Ecológica, Lugares de Aprender que buscaram uniformizar a educação ambiental e integrar o aprendizado curricular com as unidades de conservação.
Atualmente, desenvolve-se o projeto Corredor da Biodiversidade do Rio Taquaral, cujo objetivo é integrar a educação ambiental na vida cotidiana da população local por meio de ações de enriquecimento florestal das propriedades rurais e pela destinação correta de resíduos da sede e da escola municipal Vereador José Camargo. Igualmente importante nesse projeto é a experiência lúdica que as crianças têm ao fazer o resgate de mudas nas áreas de pisoteio das trilhas.
Núcleo Sete Barras
Localizado no município de mesmo nome, na região do Vale do Ribeira, o Núcleo Sete Barras encontra-se em uma área de formação vegetacional de floresta ombrófila, típica da Mata Atlântica. A unidade abriga espécies ameaçadas de extinção, como palmeira-juçara, canelas, figueiras e perobas.
Quanto à fauna, foram registradas espécies, como bugios, iraras, gatos-mouriscos e várias espécies de aves e peixes. As maiores vocações do Núcleo Sete Barras são a pesquisa científica e o ecoturismo. As trilhas, em especial, a da Figueira e da Cachoeira do Travessão, são grandes atrativos para visitação, oferecendo bicas, rios, quiosques para piquenique e mirantes.
A região é bastante frequentada por romeiros pedestres e cavaleiros em peregrinações a cidade de Iguape, que utilizam a Estrada-Parque, também conhecida como a Estrada da Macaca. A região do Núcleo sofre com impactos ambientais causados principalmente pela extração ilegal de palmito e pelas atividades ilegais de caça e captura de animais silvestres.
Sobre a Fundação Florestal
Criada em 1986, a Fundação Florestal (FF) é uma entidade vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, responsável pelo manejo, conservação e ampliação das florestas de produção e Unidades de Conservação (UCs) estaduais.
Seu trabalho é fundamentado em cinco eixos principais: Proteção da Biodiversidade, Ciência, Educação Ambiental, Turismo Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável. A FF desenvolve ações integradas para o desenvolvimento sustentável, conservação ambiental, monitoramento da biodiversidade e recuperação de áreas degradadas, em parceria com órgãos governamentais e instituições da sociedade civil. Atualmente, a FF administra 66 UCs de Proteção Integral e 53 UCs de Uso Sustentável distribuídas por todo o estado de São Paulo.