Entre janeiro e julho deste ano, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) registrou 11.830 casos de desaparecimento em todo o estado de São Paulo, com 11.611 boletins de encontro de pessoas sendo contabilizados no mesmo período. Embora a maioria dos casos sejam resolvidos, a complexidade das investigações e as diferentes causas associadas aos desaparecimentos na região de Itapetininga.
O delegado Dr. Luiz Henrique S. Nunes, responsável por muitas dessas investigações na região de Itapetininga, destaca que os desaparecimentos não podem ser atribuídos a um único fator. “Temos casos de pessoas que desaparecem por envolvimento com o tráfico de drogas, situações amorosas intensas, acidentes ou até mesmo pela vontade de recomeçar a vida longe de tudo e todos”, explica.
Apesar do cenário variado, o delegado ressalta que não há uma geolocalização específica na cidade que registre um número mais elevado de desaparecimentos. “O desaparecimento pode ocorrer em qualquer lugar. A pessoa pode simplesmente querer sumir e iniciar uma nova vida em outra localidade”, pontua.
No combate e na prevenção desses casos, Dr. Luiz Henrique detalha que a Polícia Civil adota várias medidas preventivas. “Nós atuamos para evitar que pessoas se coloquem em situações que possam levar ao desaparecimento, como o envolvimento com o tráfico de drogas. Prevenir o crime é uma forma de prevenir desaparecimentos”, esclarece.
A tecnologia desempenha um papel importante na busca por desaparecidos. Segundo o delegado, a utilização de câmeras de segurança, monitoramento de placas e a análise de dados de localização de celulares são fundamentais para a elucidação desses casos. “Projetos como o Muralha Paulista nos permitem rastrear veículos e até localizar pessoas desaparecidas. Além disso, a localização via celular, embora dependa de ordem judicial, nos oferece uma ferramenta importante para a investigação”, afirma.
Um dos maiores desafios enfrentados pela força de segurança, segundo o delegado, é a demora na notificação e a falta de dados precisos no início das investigações. “As primeiras horas são as mais importantes. Quando a família demora para nos fornecer informações ou não traz dados importantes, como o número do celular ou o IMEI do aparelho, isso pode comprometer o andamento da investigação”, alerta Dr. Luiz Henrique.
Ele também alerta sobre a importância de encerrar formalmente os casos de desaparecimento quando a pessoa é encontrada. “É fundamental que, ao ser encontrada, a pessoa ou seus familiares informem a delegacia para que possamos concluir a investigação de forma adequada, especialmente em casos envolvendo menores, que podem estar relacionados a outros crimes graves”, finaliza o delegado.