Nesta quinta-feira, 12 de setembro, é comemorado o Dia do Crochê, uma técnica que, apesar de associada por muitos à figura das avós, vem conquistando cada vez mais espaço entre os jovens. O artesanato, que envolve criatividade e habilidade manual, tem se mostrado uma prática que atrai não só pela beleza das peças, mas também pelos benefícios emocionais e terapêuticos que proporciona. E em tempos de ansiedade e busca por atividades que promovam o bem-estar, o crochê encontra uma nova geração de praticantes.
A estudante de pedagogia Evelyn de Camargo Nogueira, de 25 anos, é um exemplo de como o crochê pode se transformar em mais do que apenas um hobby. “Minha mãe fazia crochê para ajudar na renda de casa, e eu sempre achei lindo o trabalho dela. No entanto, só comecei a me interessar de verdade no ano passado, quando estava passando por crises de ansiedade. O crochê foi uma distração que me ajudou muito”, conta Nogueira, que aprendeu a fazer amigurumis, bonecos feitos de crochê com uma amiga de estágio.
A estudante de pedagogia cria personagens populares da cultura pop, como Shrek, Luffy, Mario e Yoshi, e destaca que os desafios de combinar novas técnicas são constantes. “O que mais gosto no crochê é a possibilidade de criar algo com minhas próprias mãos. Para mim, tem um significado especial, já que é algo que aprendi com minha mãe. Quando termino uma peça, me sinto realizada”, explica. Para ela, o crochê tem, sim, um lugar especial em sua vida, e o sonho futuro é ensinar outras pessoas a fazer amigurumis, como uma forma de renda extra.
Para Maria Fernanda Oliveira Lopes, de 17 anos, o crochê começou nas férias da infância com a avó, mas ganhou força aos 15, quando descobriu os amigurumis. “Eu gosto de criar personagens de anime e desenhos, mas como é difícil encontrar receitas prontas, eu crio as minhas. É um grande desafio, mas adoro”, revela a jovem artesã. Lopes também destaca a paciência e persistência como habilidades essenciais para quem deseja se aventurar no mundo do crochê, pois “a primeira peça dificilmente fica boa”.
Ambas as artesãs apontam que, apesar da associação do crochê com gerações mais velhas, há um interesse crescente entre os jovens. Lopes, por exemplo, já recebeu pedidos de dicas e tutoriais de outros jovens que se interessam pela prática. “Tenho percebido que os jovens estão começando a gostar mais dessa atividade. Muitos acham o trabalho manual relaxante e ficam surpresos com as diversas possibilidades que o crochê oferece”, comenta.
Além de ser uma expressão criativa, o crochê está ganhando cada vez mais visibilidade como uma arte valorizada. “As pessoas começaram a entender que uma peça feita à mão tem um valor diferente”, diz a estudante de Pedagogia. Para Lopes, essa mudança de percepção tem refletido no aumento das vendas, especialmente entre o público jovem. “Acredito que a valorização do crochê só vai crescer. As pessoas estão percebendo que o crochê não é só tapetes e toalhas de mesa, mas também bolsas, roupas e almofadas”, afirma.
Com o crescente interesse, muitas dessas jovens artesãs já vislumbram novos horizontes. “Pretendo começar a vender online e participar de eventos na cidade para expor meus trabalhos”, planeja Lopes.
