A arte do bordado remonta a tempos ancestrais, sendo uma das formas de expressão artística mais antigas da história. Desde os primórdios da humanidade, civilizações como a egípcia, grega e romana utilizavam o bordado para embelezar vestes, tapeçarias e ornamentos, combinando fios de seda, ouro e prata para criar peças que eram ao mesmo tempo funcionais e esteticamente deslumbrantes. Com o passar dos séculos, o bordado evoluiu, ganhando novas técnicas e estilos que refletiam as particularidades de cada cultura, enquanto continuava a ser uma maneira de contar histórias e demonstrar habilidades.
Hoje, essa tradição milenar é resignificada por artistas contemporâneos, que unem o passado ao presente, combinando técnicas tradicionais com inspirações modernas. Em Itapetininga, Thais Trisltz, uma bordadeira apaixonada pela arte manual, está à frente desse movimento. Ela transformou o bordado em sua principal forma de expressão, trazendo novas perspectivas para uma técnica ancestral.
“Desde criança, sempre fui atraída por atividades manuais, mas o bordado me cativou de uma forma especial”, revela Trisltz. “Comecei a bordar quase como uma terapia, uma maneira de me conectar com algo mais profundo, e hoje, o bordado é parte da minha vida e do meu trabalho”, afirma a bordadeira.
O trabalho de Trisltz vai além das técnicas tradicionais. Ela é conhecida por transformar pinturas renascentistas e elementos da cultura pop em pixel art através do ponto cruz, criando desde quadros a acessórios únicos. “Gosto de misturar o antigo com o moderno. Vejo o bordado como uma arte viva, que se adapta ao tempo e à cultura”, explica.
Embora o bordado seja, em essência, uma arte que requer paciência e dedicação, a bordadeira destaca que o maior desafio está no equilíbrio entre a prática artesanal e as demandas da vida moderna. “O gerenciamento do tempo é complicado. Trabalhos manuais exigem atenção aos detalhes, mas conciliar isso com outras atividades, como estudo e trabalho, é um desafio constante”, confessa.
Apesar dos desafios, Trisltz observa com entusiasmo um crescente interesse dos jovens pelas práticas artesanais. “Acredito que o bordado e outras artes manuais estão vivendo um renascimento. Muitas pessoas, especialmente os jovens, estão buscando uma pausa da tecnologia e querem se reconectar com algo mais concreto e criativo”, diz ela, otimista com o futuro do artesanato.
Com o objetivo de expandir seu trabalho, a bordadeira planeja continuar promovendo o bordado como uma forma de arte e expressão. “Quero continuar explorando novas possibilidades dentro do bordado e também fomentar a cultura do feito à mão, oferecendo aulas, oficinas e eventos para que mais pessoas possam descobrir o valor dessa prática”, conclui a artista.