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O que ocorreu com a cena eletrônica de Itapetininga?

Por: Aldiéres Silva

Resido na cidade desde Outubro de 2015, porém desde 2013 a visitava para reencontrar alguns parentes que mudaram-se de São Paulo para cá no final de 2012. Nesse período eu já frequentava e até atuava nos bastidores em algumas festas na capital e vi surgir algumas opções aqui no interior mesmo a distância. Até estava me programando para possíveis bate e volta para curtir a noite itapetiningana porém em um processo natural em 2015 houve o meu êxodo, sendo que de fato a partir de 2017 acabei explorando um pouco as opções noturnas na cidade.
Atuei entre 2008 à 2014 exclusivamente em uma festa voltada aos anos 80. Ela iniciou no centro histórico (região do anhangabaú), em 2010 migrou para Pinheiros (De 2010-2012 na Avenida Henrique Schaumann e de 2012 à 2020 na Rua Deputado Lacerda Franco) e permaneceu até eclodir a crise sanitária global que ressignificou a área de eventos. Muito antes dos problemas sanitários que afetaram o mundo, em Fevereiro de 2014 resolvi mudar os ares. Fui explorar a música eletrônica e suas vertentes, desde clubs e raves. Além da música eletrônica também busquei conhecer mais sobre o Jazz e o Reggae. Ainda no DDD 11 foi possível compreender a dinâmica dessas festas e filosofia do público. Até então compartilho desses sentimentos que sempre são renovados a cada evento que participo seja como espectador ou prestador de serviços.

Em 2017 o primeiro evento que participei foi um evento de Raggamuffin (vertente do reggae). Foi algo bem intimista. Aos poucos fui entendendo e conseguindo diferenciar perfis entre os DDDs 11 e 15. Com o passar dos anos houveram eventos que hoje estão na saudade. Cito alguns que pude conhecer e já outros que infelizmente não tive a oportunidade. Cito: Red Oak (funcionava no Shopping), os eventos do Sítio M2 (Até Vintage Culture já tocou em terras itapetininganas quando estava em ascenção em sua carreira). Houve também o surgimento e fim do Believe Club na Avenida 5 de Novembro com line up de Djs que estavam hypados à nível nacional na cena eletrônica. Por fim houve também o surgimento do saudoso BROTHERS PUB LOUNGE (Esse tive a felicidade de conhecer e participar de alguns eventos) que trouxe uma experiência muito boa de vivenciar a música eletrônica na cidade enquanto existiu. Desde eventos sunset aos domingos aos tradicionais nos sábados a noite que viravam a madrugada. Esse estabelecimento ficava na região central.

Em paralelo haviam algumas festas raves que eram realizadas na cidade mas que com o tempo foi perdendo força. Lembro que em 2017 participei como promoter do Galaxytrip. Até o ano passado houveram algumas movimentações com o pessoal da MIDNGHT CREW, porém no momento vivemos um hiato. Enxergo cidades próximas como Sorocaba voltando com opções mais eletrônicas, casos do OBLIQUO no Campolim, alguns eventos no MAVS PUB no centro, opções bacanas no AMIIICI CLUB (CLUB BY MILLER) no Santa Rosália, o BOTECH no Cidade Jardim e o mais recente QUINTAL ELETRÔNICO na região central da cidade, próximo a PADARIA REAL unidade Centro.

Como resolver essa equação? Fãs de música eletrônica praticamente sem opção na cidade são obrigados a frequentarem eventos fora dela. Enquanto isso a economia municipal não gira como deveria noturnamente. Culturalmente ficamos reféns de monoculturas… Levando ao tédio em um processo natural!!!

Em São Paulo, Sorocaba ou Campinas há o refúgio desses fãs. Em São Paulo, locais como D-EDGE Club (House, Techno e Nu Disco), Club A (Trance e Psy Trance), GB DRINKS (House, Techno, Trance, Drum And Bass, Disco, Synthpop, Reggae e Hip Hop), FESTA LETS DANCE (Original Funk, Disco, Boogie, New Wave, Synthpop, Flash House, Eurodance, New Jack Swing, Hip Hop Old School) ou after hours ou sunset parties diversos que ocorrem (Será abordado na próxima semana esse conceito) e recebem pessoas do interior em busca de conexões. Em Campinas segue-se a mesma linha. Destaco o CAOS, o D-HAUS e a GALERIA 1212. Em Itapetininga, uma imersão que tive e achei interessante para sanar a falta de opções foi o Baile Flash Back Anos 70-80-90-2000 do CRI (Clube Recreativo de Itapetininga), com preços acessíveis e uma energia muito gostosa na pista. O baile ocorre mensalmente.

 

Não sejamos reféns do ego. Isso resulta em eventos flopados, sejam eles indoor ou outdoor. Itapetininga vem crescendo. Há possibilidades diversas. Produtores culturais e musicais… Dinheiro é consequência. Investidores… A cidade tem um público consumidor de música eletrônica sedento por curtir. Fica a dica…

Até a próxima… Segue spoiler. Vamos entender sobre After Hours e Sunset Parties na próxima edição. Até quinta e um forte abraço.

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