Por: Flavinho Abreu
Para quem assiste de fora, o Ironman pode parecer apenas mais uma prova de resistência. Mas a verdade é que, para os que mergulham de cabeça nessa jornada, ele vai muito além disso. O Ironman é uma “brincadeira de gente grande”, onde as regras do jogo são ditadas pela sua própria força de vontade, superação e foco.
Imagina um dia inteiro dedicado a testar os limites do seu corpo e da sua mente. Nadar 3,8 km, pedalar 180 km e correr 42,2 km não é uma tarefa simples. Pelo contrário, é um desafio que exige meses de preparação, disciplina e uma capacidade enorme de se reinventar a cada treino. Parece pesado? Com certeza. Mas a brincadeira aqui é justamente essa: superar o impossível, se divertir com o que parece insano.
A cada etapa do Ironman, a mente e o corpo vão se adaptando. A natação é o começo, onde as águas podem ser calmas ou revoltas, mas o importante é manter a calma, entender que ali é só o início do jogo. Quando a bicicleta chega, você sente o vento no rosto, os quilômetros passam devagar, mas a força vem das pernas e da determinação. E na corrida, o momento mais desafiador, é a cabeça que faz você seguir adiante, mesmo quando o corpo já está pedindo arrego.
Esse “jogo de adultos” não é sobre vencer os outros competidores, mas sobre vencer a si mesmo. Não importa o quanto você já tenha feito, o Ironman sempre vai te colocar à prova de novo. Ele é a prova de que os maiores desafios da vida não são enfrentados só com força física, mas com uma mentalidade indestrutível.
No final, a linha de chegada se transforma em algo maior que uma fita no chão. É o símbolo de uma jornada pessoal, onde você mostrou pra si mesmo do que é capaz. Essa é a brincadeira de gente grande: usar o corpo como ferramenta, a mente como guia e o coração como motor.
Então, quando alguém te perguntar por que você faz isso, a resposta pode ser simples: é o prazer de brincar com os próprios limites. Porque, no fim das contas, o Ironman é isso — uma grande brincadeira para aqueles que não têm medo de ir além.