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Hip Hop Itapê: A Origem” revela a importância da cultura Hip Hop em Itapetininga

Itapetininga, também foi palco de uma rica trajetória da cultura Hip Hop que agora ganha destaque no documentário Hip Hop Itapê: A Origem . Lançado oficialmente no dia 28 de junho de 2024, o filme é dirigido por Sandro Antônio dos Santos Irineu, ou Mancha, DJ, MC, produtor cultural, arte-educador e pesquisador da área cultural. A produção traz à tona as origens, impactos e a relevância do movimento em Itapetininga e seu papel na transformação social de uma geração.

A ideia do documentário, segundo Mancha, nasceu da vontade de preservar a memória e refletir sobre o futuro do Hip Hop em Itapetininga. “O objetivo é analisar as principais contribuições do Hip Hop ao longo dessas três décadas na cidade, abordando os elementos do DJing, Breaking, Graffiti e Rap. É sobre construir um patrimônio cultural que inspire e oriente as próximas gerações”, disse ele, destacando a influência do 5º elemento da cultura Hip Hop, o conhecimento, fundamental para a união e resistência da comunidade.

Nos anos 1990, Itapetininga passou por um período de tensão, marcado pela violência entre gangues. O Hip Hop, com sua filosofia de paz, foi decisivo para reduzir os conflitos, oferecendo aos jovens uma alternativa de expressão e pertencimento. “Na época, as gangues buscavam autoafirmação e segurança nas ruas. O Hip Hop trouxe encontros, shows, workshops, e programas de rádio que canalizaram as rivalidades para o Breaking, o Graffiti e o Rap, proporcionando uma válvula de escape saudável”, relata Mancha.

Mancha testemunhou momentos decisivos, como as reuniões na Praça dos Amores e o programa Hip Hop Itapê na rádio Educativa FM 106,7, onde jovens de comunidades periféricas encontraram no movimento uma nova forma de desafiar o sistema opressor. A rivalidade deu lugar às batalhas de Breakdance e rimas improvisadas, ressignificando as relações e promovendo um espírito de união.

O documentário também explora como o Hip Hop ajudou a juventude de Itapetininga a fortalecer sua consciência e consciência social. Nos anos 90, em plena “Era de Ouro”, o movimento se consolidou como uma plataforma de resistência e conscientização sobre temas como racismo, desigualdade, HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, promovendo educação e autoafirmação. “Esse movimento permitiu que os jovens negros e periféricos encontrassem um canal para expressar o descontentamento social e construir solidariedade, conscientizando sobre a importância do estudo e do amor-próprio”, reforça Mancha.

Hip Hop Itapê: A Origem apresenta histórias de figuras essenciais na construção do movimento local, incluindo membros que participaram do nascimento do Hip Hop na cidade e aqueles que ainda atuam em grupos de Breaking, Graffiti e Rap. Essas reuniões entre veteranos resultaram na criação da Frente Municipal do Hip Hop e na instauração do Dia Municipal do Hip Hop, comemorado em 11 de agosto. Essas conquistas solidificaram o papel do movimento como força educativa e de união.

A realização do documentário contou com o suporte de Lei Paulo Gustavo, que possibilitou o reerguimento do setor cultural pós-pandemia e foi importante para a qualidade da produção. Em parceria com a Floema Produções, Mancha e o diretor geral, Maurício Herman, reuniram um vasto acervo de fotos, documentos, VHS e fanzines da época. “Enfrentamos desafios ao escolher o que incluir, mas a dedicação da equipe detalhada em uma produção que retrata a história com fidelidade e emoção”, conta Mancha.

Ao assistir ao documentário, o público é transportado ao coração do movimento, experimentando as vivências dos pioneiros que moldaram a cultura Hip Hop em Itapetininga. Mancha vê o Hip Hop como uma voz ativa na construção de políticas públicas e na promoção de eventos culturais que atraem jovens de todas as idades. “A cultura Hip Hop é um símbolo de resistência que inspira as novas gerações”, afirma ele, mencionando as atividades locais, como as rodas de rima, os workshops e o reconhecimento oficial do Hip Hop como patrimônio cultural imaterial.

Para quem deseja assistir ao documentário, ele será exibido no evento AfroGuarani, promovido pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP), campus Itapetininga, no dia 22 de novembro, com entrada gratuita. As futuras exibições serão divulgadas no Instagram de Mancha (@sandromanchaoficial) e no projeto Hip Hop Itapê (@hiphopitape).

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