No último dia 15 de novembro, Brasília foi palco da final do Campeonato Brasileiro de Triathlon, uma competição marcada por desafios devido à chuva constante que acompanhou os atletas do início ao fim da prova. Entre os destaques do evento, o paratleta de Itapetininga, Vinicius Proença, liderou a quarta colocação, um resultado que, segundo ele, reflete superação, determinação e o constante desejo de figurar entre os melhores do Brasil.
“A prova em Brasília foi muito difícil, muito dura. Choveu do início ao fim, dificultando em todos os aspectos. O quarto lugar é uma posição que valoriza muito, mas eu luto sempre para estar entre os primeiros”, declarou Proença.
A trajetória do paratleta é um exemplo inspirador de transformação e resiliência. Com 28 anos, Proença enfrentou problemas de saúde e pesava 100 quilos quando viu que precisava mudar. “Eu estava em cima da cadeira e percebi que, se não cuidasse da minha saúde, eu ia acabar ficando doente. Foi aí que conheci a Nice, minha técnica, que me apresentou à cadeira de corrida. Naquele dia, percebi que, mesmo sem andar, eu poderia correr”, conto.
Além dos impostos pelo esporte, Proença concilia sua preparação com a rotina de trabalho no Hospital Léo Orai Bernardes, onde cumpre escalas de 12×36 horas. “Nos dias de plantão, faço academia após o expediente. Já nos dias de folga, treino de cinco a seis horas. A preparação física e mental é muito intensa, mas acredito sempre no meu potencial”, revelou.
Para a paratleta, o triatlo é mais do que uma competição; é uma celebração de sua história e conquistas. “Saber que hoje, um homem que foi menino de bairro criado em um lar humilde está entre os melhores do Brasil é motivo de festa. O desafio está em todo lugar para uma pessoa com deficiência, então a verdade é levantar a cabeça e trabalhar. Acreditar no sonho e saber que o desafio faz parte de nossas vidas”, afirmou.
Com o olhar voltado para o futuro, Proença mantém objetivos claros: continuar competindo em alto nível, participar de diversas provas e dar sempre o seu melhor. Ele também deixa uma mensagem de incentivo para todos que enfrentam desafios diários: “As pessoas precisam acreditar em seu potencial, lutar todos os dias, porque o tempo passa muito depressivo. Então, é levantar a cabeça e fazer nosso melhor sempre.”