Por: Aldiéres Silva
Enxergamos nos últimos anos um crescimento significativo dos festivais não apenas no Brasil mas também em todo mundo. Algo que teve início de forma underground pregando a contra cultura, caso por exemplo do festival de woodstock e festas raves, hoje observamos como mais uma opção de divertimento, seja você amante do Rock, Hip Hop, Reggae, Jazz, Música Eletrônica, Samba e demais estilos.
Podemos citar exemplos os festivais internacionais. O UMF (Ultra Music Festival) que surgiu em 1999 em Miami voltado às diversas vertentes da música eletrônica e o Tomorrowland que surgiu em 2005 na cidade de Boom na Bélgica atualmente marcam presença globalmente com edições regiões em alguns países continentes. Esses dois mencionados já houveram edições no Brasil no mesmo ano, como em 2016 no Rio de Janeiro (UMF) e Itu (TML) e 2023 São Paulo (UMF) e Itu (TML). A grandiosidade desses eventos é muito significativo. No Brasil não ficamos para trás. O próprio Rock In Rio, que teve a primeira edição no ano de 1985, a partir da edição 3 que marcou também o início do 3° milênio no ano de 2001, houveram também a exportação da marca, com edições em Lisboa, Madri e EUA.
Com um certo progressismo econômico ao qual a economia brasileira foi submetida principalmente com a implantação do plano Real e que foi sucedida pelo super ciclos das commodities nos anos 2000, o país acabou se abrindo ao mundo e com isso investimentos desembarcaram por aqui e versões internacionais desses festivais também. Houveram as primeiras edições do UMF (eletrônico) em Belo Horizonte e São Paulo, o espanhol Sónar (indie rock), surgimento de festivais como Skol Beats, Tim Festival (Eletrônico), SWU em Paulínia (Rock), Exxperience em Itu (Eletrônico) Spirit of London e Spirit White (Eletrônico e organizado pela Rádio Energia 97 FM nos anos 2000), dentre outros…
Na década seguinte a explosão foi maior, quando houve o retorno do Ultra, a primeira edição do Tomorrowland, vindas dos festivais americanos Lollapalooza e EDC (Electronic Daisy Carnival) acompanhados das edições mais constantes do Rock In Rio no Rio de Janeiro e para os amantes do Jazz o Bourbon Street Fest (Organizado pelo Bourbon Street Jazz Club). Com isso hoje nos perdemos de quantos festivais internacionais temos a disposição e nacionais que surgem (Sempre com sucesso de público e qualidade em seu lineup atingindo a diversidade de gostos e estilos). Nisso temos os holandeses DGTL e Dekmantel, o húngaro Ozora festival, o canadense Piknic Electronik, o espanhol Primavera Sound e tivemos a possibilidade de termos novamente a edição do festival britânico Creamfields mas que foi cancelado. Já no Brasil vimos o surgimento do C6 Fest, The Town (Versão paulistana do Rock In Rio) João Rock em Ribeirão Preto, festivais em Sorocaba e outros também voltadas ao público do Sertanejo como o BEEF TOUR que anualmente marca presença em Itapetininga, sendo organizado no Clube dos Bancários e devido a cidade culturalmente consumir esse estilo musical sempre é um sucesso já que além do público local atrai amantes do gênero nas cidades da região, como São Miguel Arcanjo, Guareí, Angatuba, Sarapuí, Alambari e Capão Bonito, por exemplo.
Em relação a lineup nunca será hunanime agradar a todos. Sempre haverão críticas. O mais notório é o próprio Rock In Rio que abriu mão do Rock para atrair outros públicos. Será que vale a pena? Financeiramente pode até valer mas artisticamente dependendo das atrações há um empobrecimento…
E você leitor. Já teve o privilégio de estar em um festival? Os poucos que estive foram: Bourbon Street Jazz Festival 2015, Ultra Music Festival 2023 e Piknic Electronik 2023. Sem contar a experiência magnífica que tive nos festivais Namastrance e principalmente Gaia Nature (Ambos de Trance e PsyTrance realizados nas cidades de Suzano e Itapecerica da Serra, respectivamente) – Minhas primeiras Raves…