Por: Juliana Cirila
Nos últimos dias, a possibilidade de um alinhamento planetário em janeiro de 2025 tem chamado a atenção nas redes sociais e na mídia. O fenômeno, que desperta fascínio e curiosidade, foi tema de esclarecimento pelo astrônomo e professor Rodrigo Raffa, do Clube de Astronomia Centauri.
Embora o termo “alinhamento planetário” esteja sendo amplamente utilizado, Raffa explica que o que veremos neste mês é, na verdade, uma conjunção planetária. Isso significa que alguns planetas estarão visíveis ao longo da eclíptica, a linha imaginária que representa o plano orbital da Terra em torno do Sol.
“Os planetas parecem estar próximos visualmente, mas isso não significa que estão alinhados no espaço tridimensional. Eles estão distribuídos ao longo da eclíptica, mas em posições espaciais diferentes,” esclarece o astrônomo.
O Que Podemos Observar?
Durante o mês de janeiro, quatro planetas principais estarão visíveis:
Vênus e Saturno: Podem ser observados logo após o pôr do sol, próximos ao horizonte oeste.
Júpiter: Um dos mais brilhantes no céu, estará quase no zênite, o ponto mais alto do firmamento.
Marte: Com sua cor avermelhada característica, será visto mais a leste.
Segundo Raffa, mesmo sem um alinhamento, o céu de janeiro promete um espetáculo digno de observação. “Com um telescópio de 70 mm ou mais, é possível ver detalhes dos planetas, mas muitos deles podem ser vistos a olho nu em noites de céu limpo,” orienta.
Alinhamento Perfeito: Possível ou Mito?
A ideia de um alinhamento perfeito de todos os planetas do Sistema Solar é amplamente popularizada, mas, segundo Raffa, trata-se de um evento extremamente improvável.
“Um alinhamento geométrico perfeito, onde todos os planetas formem uma linha reta em relação ao Sol, só aconteceria a cada 396 bilhões de anos, algo que excede a idade do próprio Sistema Solar,” afirma.
Os fatores que tornam esse evento tão raro incluem:
Inclinações orbitais: Cada planeta orbita em planos ligeiramente diferentes.
Períodos orbitais distintos: Enquanto Mercúrio completa sua órbita em 88 dias, Netuno leva 165 anos.
Deslocamento tridimensional: Mesmo que pareçam próximos em um plano bidimensional, suas posições espaciais diferem significativamente.
Apesar disso, o astrônomo destaca que a conjunção planetária de janeiro é uma excelente oportunidade para contemplar o céu e aprender mais sobre os mistérios do cosmos.
