Por: Aldiéres Silva
Venho nessa edição abordar um tema que pode soar desconfortável para alguns. A banalização do VIP na noite e em alguns eventos específicos. VIP vem do Inglês Very Important Person, ou seja, Pessoa Muito Importante. No passado os VIPs eram destinados apenas a indivíduos influentes que agregaria aos eventos, como pessoas do meio publicitário, jornalístico, artistas em geral e colaboradores chaves que agregam para projetos, filosofias e conceitos.
Nos últimos anos, junto a aceleração da desglamourização dos eventos veio a distribuição em massa de VIPs. Como ficam os produtores e artistas na hora do pagamento de cachês?! Salvo os que utilizam verba pública oriundas de editais e por meios de lei de incentivos à cultura, que não preocupam-se com isso e promovem eventos gratuitos. Em alguns casos é inegável haver “flopagens” nesses certames, afinal foi garantido o recurso, porém nem sempre há público consumidor paralelamente a publicidade exercida de forma amadora voltado apenas para panelas que existem ou nichos que sobrevivem insistentemente no underground…
Quando há propósitos e esforços para eventos gratuitos é louvável. Em alguns casos é embutido nos preços de bebidas e alimentação a contrapartida , afinal a conta não fecha, com exceção de artistas que abdicam de cachês para causas nobres. As vezes é inexplicável eventos que com mais de 5 anos na ativa congelando preços irrisórios como R$ 5, R$ 10 ou R$ 20. Geralmente a estrutura desses locais não são dos melhores. Se você curte ambiente assim, sem segurança… Bom rolê. Talvez há financiamentos por trás disso, porque muitos micro produtores lutam diariamente com a enxurrada de eventos disponíveis, não fidelização do público (algo natural), mudança de perfil dos clientes e também impactos macroeconômicos que influenciam fortemente o setor, como pudemos observar durante a crise sanitária global e o hiato de quase 02 anos de ambientes sem vida, inóspitos e austeros.
Atualmente é possível enxergar briga de egos do que trabalhos artísticos. Registros audiovisuais de eventos que evidenciam artistas sem público em busca de visibilidade e auto afirmação. Qual artista vive sem público? Qual Produtor de festas vive sem atrações? Entendemos os desafios impostos pelo contemporâneo. Muitas vezes o início não é muito fácil porém essas situações varzeanas desestimulam propostas, afastam públicos, artistas e isso inclui também a banalização do VIP onde qualquer pessoa é alçada a uma um status enganoso que contribui para fracassos a médio e longo prazo de projetos… Para alçarmos novos patamares é importante refletirmos sobre. Não por acaso e por despreparo projetos fecham as portas.