A febre amarela, que já matou oito pessoas no Estado de São Paulo, é causada por um vírus transmitido por mosquitos e possui dois ciclos: urbano e silvestre. No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres. A melhor maneira de se proteger da doença é estar vacinado, principalmente quando for entrar em áreas de mata. O infectologista Marcos Boulos, professor da Faculdade de Medicina da USP, diz “que a transmissão da doença pode ocorrer através de macacos”.
Os sintomas são facilmente confundidos com doenças como a dengue: febre, calafrios, dor de cabeça e nas costas, náuseas e vômitos. Mas, com o avançar do quadro, um dos sintomas são os olhos amarelos, normalmente a partir da segunda semana.
Todo o Estado de São Paulo é endêmico para febre amarela desde a epidemia em 2017 e 2018. Nesta semana, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde emitiram um alerta epidemiológico sobre febre amarela na região. Atenção redobrada em São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Tocantins.
Importância da vacinação
O infectologista da USP alerta para a importância da vacinação de rotina, que faz parte do calendário, mas alerta a respeito da necessidade de aumentar a cobertura vacinal.
Desde 2020, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação contra a febre amarela para crianças menores de 5 anos de idade, em duas doses: a primeira aos 9 meses e a segunda aos 4 anos. Para pessoas a partir dos 5 anos a vacina é de dose única.
Nos últimos anos, o Brasil enfrentou surtos significativos da moléstia. Entre 2016 e 2019, ocorreram epidemias que afetaram diversas regiões do País, incluindo áreas que não registravam casos há décadas. No Rio de Janeiro, por exemplo, após quase 80 anos sem registros, a doença voltou a ocorrer. A vacina contra o vírus da febre amarela já está disponível em todas as 479 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de São Paulo.