Com apenas 29 anos, a cirurgiã-dentista Camila Kerollin Almeida, de Itapetininga, tem se destacado não apenas por sua atuação profissional no Sistema Único de Saúde (SUS), mas também pelo impacto transformador de seu trabalho voluntário. Inspirada por uma infância cercada de exemplos solidários, Camila encontrou no voluntariado uma forma de servir ao próximo e retribuir à sociedade.
“Meus pais sempre estiveram envolvidos em projetos comunitários, e isso faz parte de mim desde criança. Tenho enraizado o desejo de servir”, explica Almeida ao descrever sua motivação para iniciar essa jornada.
A dentista acumula histórias emocionantes em sua trajetória. Segundo ela, as experiências mais marcantes não estão nos procedimentos realizados, mas nas pessoas que encontra pelo caminho. “Mesmo em meio à fome, necessidades e adversidades, elas sempre estão com um sorriso e oferecendo o melhor que possuem. Isso me faz voltar para casa com um sentimento de gratidão pelo que tenho”, reflete.
Entre os momentos mais desafiadores, Almeida destaca sua atuação no Líbano, em parceria com o Instituto Una. Lá, atendendo refugiados de guerra, a barreira da língua e o contexto de dor e medo foram grandes obstáculos. “Além de aliviar a dor física, nosso desafio era amenizar uma dor que não se via ou se media”, relembra.
A rotina da dentista é intensa. Dividida entre o trabalho no SUS e a coordenação do projeto Turma do Bem, ela ainda encontra tempo para realizar atendimentos voluntários em locais distantes durante suas férias. “Aproveito esses períodos para me dedicar a voluntariados mais distantes, mas também ajudo no consultório e contribuo financeiramente com instituições que realizam esse tipo de trabalho”, conta.
Apesar dos desafios financeiros, como a necessidade de arcar com todos os custos para participar de projetos em outras localidades, Almeida encara o voluntariado como um estilo de vida. “Nem sempre você terá uma cama quentinha ou os materiais ideais, mas o que importa é fazer de coração. O mínimo que você oferece pode ser o máximo para quem recebe.”
Além das habilidades técnicas aprimoradas, como improvisar com recursos limitados, a dentista destaca o aprendizado humano que o voluntariado proporciona. “Aprendi a trabalhar sem frescura, a valorizar o que tenho e, principalmente, a doar amor e tempo. O voluntariado transforma vidas, inclusive a nossa.”
Para quem ainda tem dúvidas sobre começar a atuar como voluntário, Almeida deixa um conselho direto e encorajador: “Não pensa, só vai! Faça sempre o seu melhor. As pessoas precisam de amor, e o voluntariado é, acima de tudo, isso: doar tempo e amor.”