Fabio Jurera, diretor de teatro com uma trajetória em Itapetininga, relembra com nostalgia o início de sua carreira no universo das artes cênicas. De apresentações escolares a prêmios em festivais, o diretor compartilha os momentos que moldaram sua paixão pelo teatro e os desafios que encontrou ao longo do caminho.
“Meu primeiro contato com o teatro foi aos 10 anos, durante uma apresentação que divulgaram na escola Major Fonseca, na Câmara Municipal, onde hoje está o PAT. Depois, assisti à peça infantil Fantasminha , da Maria Clara Machado, no Recreativo, e essa magia do teatro me encantou. O que realmente me motivou foi um trabalho escolar, aos 13 anos, no escola Ataliba de Oliveira onde tive que apresentar uma peça para complementar a nota, a recepção foi muito boa que acabei fazendo três apresentações no mesmo dia.” , relembra Jurera.
Ao longo da carreira, o diretor enfrentou grandes desafios. “O maior obstáculo foi entender o teatro além do entretenimento. Percebi a seriedade, a responsabilidade com horários, a concentração e o foco que o teatro exige. Como adolescente, isso foi um choque, mas também uma motivação para continuar e me dedicar”, conta ele.
Após essa experiência inicial, o diretor ingressou no grupo Ciranda da Lua, e pouco tempo depois, foi premiado no Festival de Teatro de Tatuí como revelação. Esse reconhecimento foi um marco em sua carreira. “A premiação me fez ver que havia seriedade e reconhecimento no que eu estava fazendo. Foi inesquecível.”
Jurera também foi fundador e diretor do grupo Tapanara , com o qual trabalhou por 19 anos. Atualmente, ele está à frente de um novo grupo de teatro, o X do Drama , e continua seu trabalho como assessor cultural, promovendo peças teatrais e oficinas em Itapetininga e região. Ele destaca o valor do espaço físico para o teatro e o apoio da sociedade local para que o possa prosperar. “Sou muito grato a pessoas como Walkiria Paunovic e Jorge Paunovic, que entendem a importância do teatro e nos oferecem o espaço necessário para trabalharmos.”
O diretor segue incentivando novos talentos e explorando novas linguagens teatrais, como o teatro de sombras e a comédia de arte. Para ele, o teatro tem impacto significativo na vida das pessoas, sendo até indicado por psicólogos como ferramenta de desenvolvimento pessoal. “O teatro é um ambiente onde você se descobre, cria autoconhecimento, e isso reflete diretamente na sociedade”, afirma.
Jurera também reflete sobre os desafios de se fazer teatro no interior. “Muitas vezes, o público não sabe o que está procurando. No interior, é difícil formar público e a demanda não é proporcional à procura. Mas acredito que o teatro pode ser muito mais do que entretenimento; ele pode provocar e fomentar ideias. A cidade terá o teatro que merece na medida em que tiver o que busca.”