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Graffiti – A arte urbana que democratiza, traz cores e inspira artistas e espectadores!

Por: Aldiéres Silva 

Nessa edição venho apresentar um pouco do movimento artístico urbano Graffiti. O mesmo compõe a cultura HIP HOP. Trabalhos artísticos urbanos comum em cidades ao redor do mundo. Em Itapetininga encontramos muitos locais com essas artes estampadas em edificações e até mesmo em vestimentas onde a proposta vem da street wear (Moda Urbana).

Essa arte é uma manifestação artística que ocorre em espaços públicos. Trás uma filosofia de resistência comparada as artes visuais clássicas, geralmente consumida e produzida na maioria das vezes por um público mais elitista e artistas mais eruditos.

Os grafiteiros expressam narrativas da cidade, questões diversas que atravessam a realidade social, propondo críticas e reflexões por meio das formas, cores e traços. Junto a outras expressões artísticas, o grafite traduz as vivências da rua por meio da arte.

Nesse espectro bati um papo com a artista urbana Amanda Monte, vulgo AMX. Ela é residente da comunidade do Astro no Parque Santo Antônio, região do Capão Redondo, extremo sul da cidade de São Paulo. Ela é uma artista que encontrou no grafite um meio de externar seus princípios e ideais.

Aldiéres Silva: Como o Graffiti te encantou?
Amx: Eu sempre achei o Graffiti uma arte muito interessante por ela estar na rua. Ela é acessível justamente por isso. Eu acho que gostei muito do Graffiti por essa acessibilidade. O fato dele estar na rua faz com que ela esteja ao alcance de todos. Todas as pessoas que transitam por lá independente de idade, orientação sexual, raça, enfim… Vai passar pelo trampo que você executou e vai ter uma idéia pessoal, assim como ocorre com qualquer tipo de arte, onde a interpretação é sempre individual. Essa pessoa não necessariamente precisa estar dentro de um museu, galeria ou um local específico ou consumindo algo específico para se ter contato com a arte. Eu acho o Graffiti muito massa por isso.

Aldiéres Silva: O que te levou a seguir esse caminho?
Amx: Eu sempre gostei de arte como um todo porém o Graffiti começou a me interessar muito quando eu comecei a comercializar meus trampos como quadros, desenhos e tal. Pinto até hoje mas com pouca frequência como no início na minha trajetória. Eu senti que desenhar em um papel ou em uma tela me limitava. Com isso eu não conseguia externar minhas habilidades como eu gostaria. Não é a idéia em si mas é realmente esse lance da estrutura, da superfície. Lembro que comecei a desenhar em cadernos pequenos. Desenhos pequenos mesmos. Depois expandi em folhas e telas maiores. Chegou um momento que refleti que não estava petecendo e com isso comecei a me interessar a fazer artes em muros e paredes. Com isso surgiu um interesse e encanto pelo Graffiti.

Aldiéres Silva: Quais são suas referências na área?
Amx: Minhas referências no graffiti são muitas. Cito muito o grafiteiro Image (instagram @image_erc). Um grafiteiro aqui do extremo sul de SP, do Capão Redondo. Eu gosto muito os traços dele em si, o trampo dele. Traços que remetem a estética dos primórdios do Graffiti de quando eu comecei a ter o interesse e iniciei as minhas pesquisas na cena, como os trampos feitos lá em Nova Iorque que eu acompanhava pela internet. Ele me remete esse lance bem raiz. Um estilo meio cartoon, acho muito legal. Ele como pessoa viveu o movimento hip hop, uma pessoa que esta disposto a compartilhar os saberes das ruas com quem tem o interesse em aprender. Acho isso muito legal nele e por isso eu o tenho como referência, aliás já mencionei a ele pessoalmente diversas vezes.

Aldiéres Silva: Como mulher empoderada, como é lidar em um ambiente predominantemente masculino?
Amx: Tenho pensado muito nisso. Eu li uma frase uma vez, que se não me engano era da Marylin Monrone: “A coisa mais legal de ser uma mulher em um mundo masculinizado é poder ser uma mulher”. Após muitas lutas e reflexões essa frase acaba fazendo muito sentido para mim! Eu vivo em ambientes muito masculinos. No graffiti, no meu trabalho no qual é a minha renda principal. (Não vivo exclusivamente do graffiti) No meu trabalho há uma presença masculina muito grande. Com isso vejo como é importante ser uma mulher nesses espaços, não se submeter e nem tentar ser algo mais próximo da masculinidade ou da lógica patriarcal para ter menos problema ou ser mais aceita! Eu acredito que seja muito importante você exercer sua “mulheridade” nesses ambientes. E dizer a que veio. Ser você nesses locais! Mesmo que isso cause estranhamento ou cause desconforto em si própria (por que causa!) infelizmente… Ser você enquanto mulher e confrontar as coisas que te atingem. Acho que só assim conseguiremos avançar nesses ambientes. Tornando as coisas desconfortáveis para quem precisa se sentir desconfortáveis.

Aldiéres Silva: Quais dicas e orientações que você tem a passar para quem pretende seguir nessa área?
Amx: Primeira coisa. Tenha Paciência! Isso é muito importante! Quando eu comecei a me interessar pelo Graffiti, pensava que os trabalhos precisavam ser feitos muito rápidos na parece. Dependendo do jeito como você fizer (principalmente quando pensamos no graffiti sem autorização) realmente ele precisa ser feito rápido. Para ele ser feito rápido de uma forma que você vá se sentir satisfeito (a) com o resultado, isso levará um tempo e a paciência está interligada nisso. Isso é entender que esse tempo que você levará para adquirir aquele nível e gostar. Enfim você ter paciência com o seu processo e isso leva-se um tempo para você pensar como manusear a lata ou o látex. Qual estética você quer passar para o muro? Qual idéia você quer passar para o muro? Entender e respeitar o movimento do Graffiti e do Hip Hop, antes de mais nada. Acho que é muito importante. Até o momento que você teve a idéia de passar sua arte para aquele muro, esse movimento já foi construído muito antes de você ter essa vontade e o movimento hip hop é um movimento de resistência, então é importante ter o respeito por essa cultura, acima de tudo e paciência com o seu processo. Não é do dia para noite que você vai ficar bom ou boa no seu trampo. Enxergo muitas pessoas afirmando tentarem passar a arte para o muro: “já tentei fazer graffiti mas não é para mim, não curti”. Para mim também não foi de primeira! Ninguém nasce sabendo as coisas. Tudo demanda prática. O Graffiti não é só passar um desenho para parede, existe uma cultura por trás! A principal dica que dou é “Estude a cultura do hip hop. Vá entender quem criou esse movimento e quem construíram e participaram desse fomento.” O Graffiti não anda sozinho, faz parte de uma cultura! Tem outros elementos, tem história, então… É isso. Envolva-se com pessoas do meio e busque ouvi-las. Não se sinta dono ou dona da razão! Os três pilares são: Paciência – Respeito – Humildade.

Aldiéres Silva: Qual sua fonte de inspiração como Artista?
Amx: Minha fonte de inspiração como artista é a Maria Auxiliadora (Ela não é Graffiteira, ela é artista plástica brasileira) e eu indico muito que as pessoas busquem e pesquisem sobre o trabalho dela. Ela abriu os meus olhos para a arte, como possibilidade. Eu lembro que eu trabalhava em um restaurante como garçonete em uma das travessas da Avenida Paulista, na famosa Rua Augusta (Conhecida por ser uma rua boêmia e cheias de opções gastronômicas, bares e baladas). Em uma terça-feira resolvi ir ao MASP (nesse dia ocorre a gratuidade dos ingressos). Nunca tinha ido lá. Nos demais dias o ingresso costuma valer entre R$ 40 à R$ 50, bem fora de acesso para quem mora na periferia consumir e que recebe um salário mínimo por mês… Então fui nesse dia pois tinha muita curiosidade de conhecer. O MASP para quem nunca teve oportunidade de conhecer possui um acervo fixo muito rico. Possui uma cronologia. Tem esculturas chinesas milenares, tem muitas referências européias. No final do acervo surgem obras mais contemporâneas. Ao chegar no fim do acervo me deparei com o quadro da Maria Auxiliadora. Eu não conhecia essa artista e fiquei muito encantada porque os quadros dela traziam muitas cores e textura. Eram muito vibrantes. O quadro que me encantou retratava um casamento (Ela retrata muitas festas brasileiras). Eu achei muito familiar aquilo. Foi umas das poucas obras que achei familiar em todo aquele acervo, como já mencionei há muita obra de origem e referências européias… Fiquei muito encantada e com isso fui ver sobre a descrição da obra. Vi que ela era uma artista brasileira, mineira que construiu seu sua carreira aqui em São Paulo. Ela foi descoberta na Praça da República (Centro de São Paulo). Ela é de origem muito humilde. Com isso ela me abriu a mente para enxergar outros horizontes. Me estimulou ver a arte como possibilidade, como algo para ter e fazer na minha vida, então a Maria Auxiliadora é uma grande referência para mim por conta da origem dela e pelo fato dela retratar o dia dia dela.

Aldiéres Silva: Aos entusiastas que queiram acompanhar um live painting. Como ocorrem essas divulgações? Há alguma rede social que é possível ver datas dos eventos?

Amx: Bom… Qualquer coisa que eu participo ou faço eu sempre divulgo em meu instagram que é @amx.amanda

Amanda juntamente a outros grafiteiros da região promovem na comunidade do astro intervenções artísticas que trazem cores a quebrada. Ela possui um engajamento considerável ao qual ocorrem arrecadações em períodos distintos que promovem a arte e o empreendedorismo em uma região que muitas vezes é encarada com preconceitos e marginalização oriundas da mídia convencional. Ela por sinal no carnaval deste ano foi uma das responsáveis por costumizar o vestido da musa da escola de samba VAI Vai, que teve como samba enredo os 50 anos do HIP HOP.

A história de Amanda é algo inspirador que nos remetem a acreditar nos nossos sonhos. Mesmo ela sendo residente em São Paulo certamente pode inspirar jovens itapetininganos com sua história e trajetória.

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