Segundo dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP), o mercado imobiliário de Itapetininga registrou um aumento nas vendas de imóveis no primeiro semestre de 2024. O crescimento reflete uma tendência observada em muitas cidades do interior do estado, com a expansão de empreendimentos residenciais e comerciais, impulsionada pela demanda por habitações com maior infraestrutura e comodidades.
Para compreender melhor esse cenário, entrevistamos Daniel Alexandre, gerente administrativo de uma imobiliária local, que compartilhou sua visão sobre as tendências e desafios do setor na cidade.
“O mercado imobiliário em Itapetininga tem mostrado um crescimento constante nos últimos anos”, afirma Alexandre. Ele destaca que o aumento da demanda atraiu construtoras como a Pacaembu, que já está em seu terceiro lançamento de imóveis no município. “Essas empresas identificaram a carência de habitações e trouxeram novos empreendimentos residenciais, lotes e apartamentos, contribuindo para o desenvolvimento da cidade.”
De acordo com o gerente administrativo, uma das principais tendências do mercado é a busca por áreas que ofereçam infraestrutura completa, como escolas, comércio e transporte. “Há uma preferência crescente por projetos residenciais que incluam áreas de lazer com piscinas, academias e espaços de convivência, fatores que agregam qualidade de vida,” comenta.
O perfil dos compradores também passou por mudanças. “Hoje, vemos um interesse maior por condomínios que oferecem comodidades e segurança, além de um aumento na procura por imóveis verticais,” explica. Segundo ele, o mercado de apartamentos, antes menos valorizado, agora atrai um público diversificado que busca praticidade e infraestrutura completa.
Embora a demanda por imóveis residenciais continue forte, especialmente devido ao movimento de famílias que buscam maior qualidade de vida e espaço, o segmento comercial enfrenta desafios. “A pandemia levou muitas empresas a reavaliar seus espaços físicos, resultando em uma procura mais cautelosa por locações comerciais,” ressalta Alexandre. Ele observa que negócios relacionados ao e-commerce e serviços de entrega têm se destacado, aumentando a procura por imóveis que atendam a esses segmentos.
Para acompanhar as mudanças do mercado, a imobiliária de Alexandre investiu em plataformas online e marketing digital, permitindo que clientes busquem imóveis, façam consultas e agendem visitas pela internet. “A automação de processos e o uso de ferramentas de análise de dados têm sido essenciais para entender o comportamento do consumidor e ajustar nossas estratégias,” destaca.
A pandemia de COVID-19 foi um divisor de águas para o mercado imobiliário local. “Houve uma alta demanda por imóveis que se adequassem às novas necessidades, como home office e espaços para aulas online,” comenta o gerente administrativo. No entanto, ele alerta para o desafio dos preços elevados dos imóveis, que nem sempre correspondem à renda média dos moradores da cidade. “Além disso, as taxas de juros têm sido um obstáculo para muitas famílias que desejam comprar a casa própria.”
Apesar dos desafios, Alexandre enxerga oportunidades de crescimento, especialmente devido à localização estratégica de Itapetininga, próxima a grandes centros urbanos e com fácil acesso a rodovias importantes. “O desenvolvimento do setor industrial e o fortalecimento do agronegócio na região devem aumentar a demanda por imóveis residenciais e comerciais,” prevê. A expansão de loteamentos e condomínios fechados também deve continuar atraindo famílias em busca de segurança e qualidade de vida.
Para se destacar no mercado, a imobiliária aposta em atendimento personalizado, marketing digital e especialização em nichos específicos, como imóveis em condomínios. “Nosso foco é criar laços de confiança e fidelizar os compradores, garantindo um pós-venda de qualidade que fortaleça nossa reputação,” conclui Alexandre.