Por: Lais Gomes
Em 2024, a dinâmica do comércio internacional está mais complexa do que nunca, e os laços econômicos entre países moldam, de maneira decisiva, o futuro das empresas brasileiras. No entanto, o que se destaca nesse novo cenário não são apenas os acordos comerciais ou as relações diplomáticas formais. O verdadeiro “melhor amigo comercial” do Brasil neste ano é um país que, com uma combinação de estratégias inteligentes, visões complementares e sinergias econômicas, se tornou um parceiro fundamental: os Estados Unidos.
Os EUA, com sua imensa força econômica, continuam sendo um dos destinos mais importantes para as exportações brasileiras, especialmente em setores como agronegócio, produtos minerais e energia. Além disso, são um mercado vibrante para as empresas brasileiras que buscam expandir suas operações e atingir uma base global. Se antes as empresas brasileiras olhavam para os mercados vizinhos ou para a Ásia como grandes oportunidades, 2024 traz uma reconfiguração onde o foco em fortalecer os laços com os EUA se tornou ainda mais estratégico.
O motivo por trás dessa amizade comercial está em diversas frentes. Primeiramente, a proximidade de objetivos no setor de tecnologia, inovação e sustentabilidade. Nos últimos anos, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos têm investido fortemente em novas soluções energéticas, como as energias renováveis e a busca por alternativas mais verdes e sustentáveis. As conversas sobre energias eólica e solar, bem como sobre biocombustíveis, têm gerado oportunidades de parcerias bilaterais, com destaque para a cooperação em novas tecnologias que podem beneficiar o Brasil e os EUA de maneira mútua.
Além disso, com a recuperação econômica dos dois países pós-pandemia, o comércio bilateral cresce, impulsionado por uma crescente demanda por produtos alimentícios, commodities e também por serviços de alta tecnologia. As startups brasileiras, especialmente as voltadas para o setor de tecnologia financeira (fintechs), têm encontrado um terreno fértil para seus negócios no mercado americano, já que os EUA se tornaram um centro vital para investimentos em inovação.
Não podemos deixar de mencionar também o impacto das políticas comerciais que, em 2024, se tornam mais favoráveis ao Brasil. O estreitamento dos laços entre os dois países inclui uma nova onda de acordos que promovem a redução de tarifas e o aumento das facilidades para trocas comerciais. Isso se reflete na maior competitividade de produtos brasileiros nos Estados Unidos e, em paralelo, facilita o acesso das empresas americanas ao mercado interno brasileiro.
No entanto, o relacionamento não se resume a vantagens econômicas. Existe uma troca cultural crescente entre os dois países, que tem fomentado novas parcerias no setor criativo, no turismo e nas áreas de educação e pesquisa. A cooperação acadêmica, especialmente em áreas de tecnologia e ciência, tem sido uma área de forte expansão, criando um ambiente propício para o intercâmbio de ideias e inovações, com um impacto positivo em ambas as economias.
Ao mesmo tempo, é importante destacar que o Brasil não pode se limitar a uma única amizade comercial. O cenário global é dinâmico, e a diversificação de parcerias internacionais continua sendo um elemento essencial para o crescimento econômico. Países da Ásia, como a China, e da Europa, como a Alemanha e o Reino Unido, continuam sendo essenciais nas agendas comerciais brasileiras, e não se pode ignorar a crescente importância de economias emergentes no cenário global.
Ainda assim, os Estados Unidos, em 2024, se consolidam como o parceiro estratégico número um do Brasil. As duas economias, por mais diferentes que sejam em alguns aspectos, compartilham interesses comuns e têm o potencial de crescer juntas, especialmente se souberem explorar ao máximo as oportunidades criadas pelas novas tecnologias e pelas demandas globais por soluções mais sustentáveis e inovadoras.
O “melhor amigo comercial” do Brasil, portanto, não é apenas aquele que oferece as melhores condições econômicas ou o maior volume de trocas. É, também, aquele que está disposto a caminhar ao lado do Brasil em um futuro cada vez mais interconectado, no qual a colaboração internacional será a chave para enfrentar os desafios globais de forma coletiva e inovadora. Em 2024, o Brasil tem no relacionamento com os Estados Unidos uma grande oportunidade de crescimento, e a parceria entre os dois países pode definir, de maneira decisiva, o caminho para um futuro próspero e equilibrado para ambos.