Uma pesquisa científica, a primeira realizada este ano no Hospital Regional de Piracicaba (HRP-Unicamp), sobre tratamentos de dores nas costas gerou a criação da Sequência Pedroso, um método inovador de fisioterapia que reúne quatro técnicas já desenvolvidas e consolidadas cientificamente e aplicadas concomitantemente. O resultado já foi apresentado em congressos da área de Osteopatia no Brasil e aguarda a validação para ganhar a atenção de cientistas no Japão.
A Sequência Pedroso, desenvolvida pelo osteopata e pesquisador Raphael Aparecido Geradin Pedroso, ex-aluno do Colégio Brasileiro de Osteopatia, com o tema “Técnicas manipulativas de cervical alta, diafragma, pelve e pé no tratamento da dor lombar inespecífica”, envolveu 24 colaboradores do HRP-Unicamp e mais seis pessoas do Instituto Motive, com faixa etária ampla variando de 18 a 65 anos, e que não passaram por cirurgias na coluna.
O resultado apontou uma melhora significativa da dor em 75% dos casos estudados e aumento de 15% na mobilidade física. A pesquisa, iniciada por um questionário com 25 perguntas para mensurar a dor de cada participante, foi finalizada neste ano. A pesquisa foi orientada pelo fisioterapeuta osteopata e professor do Colégio Brasileiro de Osteopatia Eduardo de Latorre Fusatto.
Cenário
Cerca de 80% da população mundial já sofre ou terá dores na coluna, conhecida também como lombalgia. Os dados alarmantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) projetam ainda que, em 2050, a patologia irá atingir cerca 800 milhões pessoas no mundo. No Brasil, a dor nas costas é a doença crônica mais comum, aponta estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à Fiocruz, que aponta que 36% dos brasileiros sofrem com esse problema.
Em 2020, a lombalgia foi a doença que mais afastou brasileiros do trabalho, de acordo com o INSS, somando 83,8 mil casos.
Só nos Estados Unidos, segundo artigo publicado no livro Tratado da Dor (2022), a estimativa é que a lombalgia crônica tenha um custo anual estimado de US$ 635 bilhões, incluindo despesas médicas diretas e perda de trabalho e produtividade. No brasil, não há este levantamento.
Neste cenário, a Sequência Pedroso, realizada com o apoio do Núcleo Ensino e Educação Permanente (NEPP) do HRP-Unicamp, já foi aprovada pelas bancas de cientistas da área e apresentada no Congresso Internacional de Fisioterapia, que ocorreu na última semana em Salvador (BA). Em novembro, Pedroso apresenta a pesquisa científica no Congresso de Osteopatia, em Sorocaba, enquanto aguarda o resultado para a divulgação de seu trabalho no Japão.
“Avaliando o dia a dia desses pacientes, verifiquei que todos que apresentavam as dores lombares tinham disfunções importantes no diafragma, cervical, quadril e pé. A partir daí, tracei o objetivo de aplicar as quatro técnicas já existentes (Diafragma, Cervical Alta, Pelve e Pé) de forma concomitante, criando assim a Sequência Pedroso”, afirmou o fisioterapeuta, que tem Certificação em Osteopatia, defende o título de Diplomacia em novembro e responde pela direção do Instituto Motive, em Piracicaba.
O pioneirismo de Pedroso na fundamentação científica da aplicação em conjunto das quatro técnicas garante ao pesquisador uma valorização no universo científico da fisioterapia. “A partir de agora, a Sequência Pedroso passa a ser referência na academia e vai subsidiar novos estudos na área”, comemora o pesquisador.
A Sequência Pedroso já integra a literatura científica brasileira e o livro pode ser adquirido pelo site do Clube de Autores (https://clubedeautores.com.br/livro/sequencia-de-tratamento-pedroso).
Núcleo de Pesquisa
Inaugurado em 2024, o Núcleo de Educação Permanente e Pesquisa (NEPP) do Hospital Regional de Piracicaba é uma adição estratégica a um hospital que já tem sete anos de operação efetiva. O Ensino e Pesquisa, coordenado por José Eustáquio de Souza Jr., tem como objetivo ser o epicentro da inovação e pesquisa científica dentro da instituição.
“Essencial para integrar a prática clínica com o avanço científico, o NEPP reforça a formação contínua dos profissionais de saúde e promove a pesquisa como um componente central para o desenvolvimento de tratamentos e procedimentos mais eficazes”, afirmou José Eustáquio.
Este núcleo facilita a aplicação prática de conhecimentos teóricos, melhorando a qualidade do atendimento e a eficiência dos serviços hospitalares.
Quando procurar um especialista?
Dificuldade para realizar movimentos com o pescoço;
Sensação de dormência no ombro, braço, cotovelo, mão ou dedos;
Fraqueza em um dos braços;
Fraqueza nas pernas;
Alteração no funcionamento do intestino ou bexiga;
Dor ou dificuldade para respirar;
Incontinência urinária.