Por: Gabriel Montenegro, professor e psicólogo
“Se toca, minha filha!” Este dito popular brasileiro, frequentemente utilizado para chamar a atenção de alguém para a realidade, ganha uma dimensão profunda quando aplicado à saúde da mulher, especialmente no contexto do Outubro Rosa. Este mês é dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, enfatizando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. O câncer de mama é uma preocupação global, e no Brasil não é diferente. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o triênio 2023-2025, são esperados cerca de 74 mil novos casos de câncer de mama por ano no país. Além disso, o câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, com taxas de mortalidade mais elevadas nas regiões Sudeste e Sul. A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e possibilitar tratamentos menos invasivos. Vários estudos têm confirmado a importância da mamografia na redução da mortalidade pelo câncer de mama. No entanto, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades em acessar informações precisas e realizar exames regularmente. O autocuidado, conceito central na psicologia da saúde, envolve ações individuais para manter e melhorar a própria saúde. No contexto do câncer de mama, isso inclui a realização de autoexames, a observação de mudanças no corpo e a busca proativa por atendimento médico. O autocuidado é uma prática consciente, essencial para preservar a saúde e o bem-estar, envolvendo ações efetivas e cotidianas, como a realização de exames preventivos, atenção às mudanças no corpo e a busca por orientação médica regular. Se ninguém cuidar de nós, quem cuidará? O autocuidado é, antes de tudo, um ato de amor-próprio. Enxergar-se com carinho, respeitar seus limites e cuidar da sua saúde é um gesto que vai além de prevenir doenças; é uma forma de afirmar o próprio valor e de se empoderar. O Outubro Rosa não é apenas um mês de conscientização, mas um lembrete de que o autocuidado deve ser contínuo, diário e inegociável. Afinal, “se tocar” é um gesto de coragem e amor à própria vida.
Para mais informações e recursos sobre o câncer de mama, visite o site do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/estimativa-2023-incidencia-de-cancer-no-brasil